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Conselho II
Conselho I

Disse o rei Salomão, no livro de Provérbios, que o sábio encontra sua sabedoria na multidão de conselhos. Acreditamos nisso. Por essa razão, criamos um espaço para aconselhar escritores, visando o aperfeiçoamento pessoal.

 

Siga a trilha...

Se queres ser um escritor, deve amar o ócio como quem ama o trabalho. Deve dedicar-se exclusivamente a não fazer nada. Se fizeres, faça somente aquilo que lhe pode dar prazer: ler, nadar, dormir, beber (que seja um café, se não for, que seja moderadamente), amar, e, sobretudo, escrever.

Este é seu trabalho: o não fazer é uma forma de fazer algo. O escritor dedica-se ao nada para dali tirar sua poesia. 

Como conseguir uma ideia original? Não há ideias originais, há ideias bem trabalhadas que mesmo sendo parecidas com outras, por terem uma linguagem tão bem desenvolvida, tornam-se únicas. A ideia sempre é pessoal, pois advém de uma experiência do escritor com seu universo. O ponto de partida é um acontecimento percebido com singularidade e transformado em uma experiência literária.

Logo, a experiência literária que uma obra proporciona, é, antes, uma experiência pessoal transformada pela linguagem.

Escrever é cortar palavras. Escrever é separar o joio do trigo. É retirar a parte que não interessa à obra; como escreveu João Cabral de Melo Neto: “Catar feijão se limita com escrever: / joga-se os grãos na água do alguidar / e as palavras na folha de papel; / e depois, joga-se fora o que boiar.”  Um conto, poema ou romance, são bem escritos quando o escritor sacrifica até a última gota de suor do seu rosto uma palavra pelo bem da obra.

Exemplo de um excelente corte narrativo é o conto, O dinossauro, do escritor guatemalteco Augusto Monterroso: "Quando despertou, o dinossauro ainda estava ali".

Apenas nessa linha há toda uma história que se passa entre o personagem e o monstro. Não há nada que Monterroso deve-se dizer a mais, senão o que já havia dito.

O escritor argentino, Julio Cortázar, escreveu em sua Obra Crítica 2, que “no combate que se dá entre um texto apaixonante e seu leitor, o romance sempre ganha por pontos, ao passo que o conto precisa ganhar por nocaute.” Ele estava certo, cada gênero textual tem sua técnica de escrita, a característica que a torna diferente das outras. É preciso estar atento para as diferenças estilísticas, e é preciso saber como ganhar o leitor. Compreendendo a técnica, estudando os diferentes estilos de escrita dentro de um mesmo gênero, evitando confundir um com outro, pode levar o autor a um resultado positivo na execução de sua obra.

Conselho IV
Conselho III

Para ser escritor é preciso trilhar certos caminhos...

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